Capoeira

A origem dos grupos

A Capoeira, o Maculelê, o Samba de Roda e a Puxada de Rede, são manifestações culturais de origem negra, derivados do Lundum que veio para o Brasil com os negros provenientes de Angola. Aqui sofreu influência europeia, principalmente de ritmos e danças portuguesas e espanholas.

Apesar de no Recôncavo Baiano, essas manifestações serem praticadas separadamente, no Sudeste são praticados conjuntamente pelos grupos de capoeira, tendo como principal objetivo a preservação dessas tradições.

Mais de dois milhões de negros foram trazidos de África pelos colonizadores portugueses para se serem escravizados nas lavouras de cana de açúcar, na mineração aurífera nas Minas Gerais e, posteriormente, nas lavouras de café. Obrigados a cruzar o oceano como “animais” nos chamados “tumbeiros”, aportaram principalmente em Pernambuco, na Bahia e no Rio de Janeiro, principais portos do Brasil Colonial. No Espírito Santo, os principais portos de recepção de escravizados foram, São Mateus, no norte, Vitória na região central, e Itapemirim no sul, sendo que o maior traficante de pessoas escravizadas da história da província do Espírito Santo foi o Barão de Itapemirim.

Nascida para ser uma defesa, a capoeira surgiu da ânsia de liberdade dos cativos africanos, sendo ensinada aos escravizados por negros fugitivos que capturados voltavam aos engenhos. Para não levantarem suspeitas, os movimentos da luta foram adaptados às cantorias africanas para que parecessem uma dança (samba de roda), assim, como no candomblé, cercada de segredos, a capoeira pôde se desenvolver como forma de resistência.

Do campo para a cidade a capoeira ganhou a malícia dos “escravos de ganho” e dos frequentadores das zonas portuárias. Na cidade de Salvador, capoeiristas organizados em bandos provocavam arruaças nas festas populares e reforçavam o caráter marginal da luta. Durante décadas, a capoeira foi proibida no Brasil, através do Decreto Executivo 847 de 1890:

Art. 402. Fazer nas ruas e praças publicas exercicios de agilidade e destreza corporal conhecidos pela denominação capoeiragem; andar em correrias, com armas ou instrumentos capazes de produzir uma lesão corporal, provocando tumultos ou desordens, ameaçando pessoa certa ou incerta, ou incutindo temor de algum mal:

Pena – de prisão cellular por dous a seis mezes.

Paragrapho unico. E’ considerado circumstancia aggravante pertencer o capoeira a alguma banda ou malta.

Aos chefes, ou cabeças, se imporá a pena em dobro.

Fonte: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-847-11-outubro-1890-503086-publicacaooriginal-1-pe.html

No Rio de Janeiro, a Casa da Tia Ciata, que abrigava o candomblé, a capoeira e o samba, passou a ser um reduto de resistência cultural negra. A capoeira só seria liberada no Governo do Presidente Getúlio Vargas em 1937 após o trabalho do mestre Bimba (Manoel dos Reis Machado) em Salvador, que criou a capoeira regional com um caráter mais desportivo que cultural.

Após a libertação de sua prática, a capoeira aperfeiçoou-se mantendo tradicionalmente duas linhagens distintas: a Angola que teve em Vicente Ferreira Pastinha o seu maior representante e a Regional, criada pelo Mestre Bimba.

Em Cachoeiro de Itapemirim, as rodas tradicionais aconteciam desde a década de 1940, próximo à antiga Estação Ferroviária, ao Mercado Municipal, ao Mercado da Pedra e ao antigo Porto do Cachoeiro. Segundo relatos, anteriormente a esse período a capoeiragem também era praticada em comunidades remanescentes de quilombos como Monte Alegre e Vargem Alegre. No entanto, o primeiro mestre a transmitir seus conhecimentos de forma organizada foi “José Geraldo” e, posteriormente, os mestres “Tigre” e “Diabo Louro”. A Associação Cultural e Educacional Filhos da Princesa do Sul foi fundada em 1979 pelos mestres “Gervásio” e “João Tobogân”. O segundo grupo, a Associação Desportiva e Cultural de Capoeira Navio Negreiro, foi criada pelo Mestre “Falcão” em 1992. Posteriormente foram criados os grupos Libertação em 2001 pelo Mestrando “Russão”, Mocambos em 2009 pelo Mestrando Bulldog e a Associação Cultural Artística Popular Orientada ao Esporte e de Incentivo às Raízes Afro-brasileiras – A C.a.p.o.e.i.r.a em 2010 pelo professor Gustavo Cunha Tavares.

Uma das maiores tradições da capoeira mantidas até a atualidade são os apelidos. Como a prática era proibida por lei, os apelidos eram usados como forma de camuflar os praticantes para que, caso fossem presos ou investigados, não fossem identificados pelas autoridades policiais.

Capoeira Angola

É o tipo de capoeira mais antigo e tradicional, considerado a primeira linhagem da capoeiragem do Brasil, tendo como maior representante o Mestre Pastinha. O nome Angola foi escolhido como forma de homenagear a grande maioria étnica dos escravizados de Salvador que eram angolanos.

O jogo de Angola é mais lento, mais próximo do solo, porém de muita malícia e destreza. Considerado uma criação brasileira, mas com traços de africanidade, principalmente pelo ritmo das músicas e pelos instrumentos utilizados.

Tradicionalmente a Capoeira Angola era aprendida informalmente durante as rodas, sendo passada de pai (mestre) para filho (aluno), com toda a malícia e mandinga africana. Só mas recentemente é que as mulheres começaram a ser permitidas nos grupos.

Na Capoeira Angola não se usa graduação, a tradicional troca de corda, apenas títulos que são dados em ocasiões especiais em que o aluno completa determinadas fases de treinamento ou tempo de prática: trenel, aluno já tem dez anos de prática e pode dar aula sob orientação de um mestre; contramestre, aluno que tem comprovadamente 20 anos ininterruptos de prática, sendo o substituto direto do mestre em caso de algum tipo de impedimento; e mestre que deverá ter no mínimo 30 anos de prática de capoeira.

A principal característica da Capoeira Angola é a “chamada de passo a dois” – momento em que o capoeirista, cansado ou em situação de inferioridade, estende os braços chamando o adversário para o “passo a dois”, que pode ser usado como estratégia de recuperação das energias ou mesmo para desmontar uma entrada de ataque do adversário. Os principais movimentos são de defesa (negativas), ataque (cabeçada e rabo de arraia) e desequilibrantes (bandas e rasteiras). Existem alguns movimentos que são muito parecidos nas duas linhagens: como o rabo de arraia na Angola e o meia lua de compasso na Regional.

Capoeira Regional

Criada em Salvador em 1937 pelo Mestre Bimba, tem como principais características o uso de roupa branca, o hábito de ser praticada descalço e a entrega de graduações. Foi a primeira modalidade ensinada em recintos fechados, tendo recebido um alvará da Secretaria de Educação Cultura e Assistência Pública de Salvador.

O nome Capoeira Regional foi dado inicialmente por ser praticada somente na região de Salvador, mas acabou sendo difundida pelo Brasil e pelo mundo, sendo atualmente a modalidade mais praticada.

Inicialmente, como graduação eram utilizados esguiões, lenços de seda que eram colocados no pescoço por ser o único material que a navalha não conseguia cortar. Como tratava-se de uma prática de certa forma “marginal”, as navalhas eram utilizadas como arma. As cores de acordo com a graduação do capoeirista eram: azul (formado), amarelo (formado especializado), vermelho (contramestre) e branco (mestre). Porém, a partir da década de 1930, os lenços passaram a ser apenas uma simbologia preservada na academia do mestre Bimba. Quando os capoeiristas chegavam nas academias, os lenços eram guardados em uma caixa e de lá só eram retirados após o jogo.

A partir de 1972, já no Rio de Janeiro, o mestre Mendonça criou o primeiro sistema de graduação amarrado na cintura que seguia as cores da bandeira nacional sempre de fora para dentro: verde, para quem tinha um ano de prática; verde e amarelo, para quem tinha dois anos; amarelo, para quem tinha três anos; amarelo e azul, para quem tinha quatro anos; azul, para quem tinha cinco anos; verde, amarelo e azul, para quem tinha seis anos; verde e branco, para quem tinha dez anos; amarelo e branco, para quem tinha vinte anos; azul e branco, para quem tinha trinta anos; e branco, para quem tinha quarenta anos.

Atualmente, a Confederação Brasileira de Capoeira reorganizou o sistema de graduação que passou a ser de seis o número de graduações infantis e onze o de graduações na categoria adulto.

As graduações infantis são dadas por idade, após seis meses de prática, dos sete aos doze anos: cores verde e cinza, para criança com sete anos de idade; amarelo e cinza, para criança com oito anos; azul e cinza, para criança com nove anos; verde, amarelo e cinza, para criança com dez anos; verde, azul e cinza, para criança com onze anos e; amarelo, azul e cinza, para criança com doze anos.

Para os adultos as graduações são dadas a partir dos treze anos de idade, mas o critério não é a idade e sim o tempo de prática: verde, para quem tem um ano de prática; amarelo, para quem tem um ano e seis meses; azul, para quem tem dois anos; verde e amarelo, para quem tem três anos, já considerado graduado, verde e azul, para quem tem quatro anos, considerado intermediário; amarelo e azul, para quem tem cinco anos, considerado estagiário; verde, amarelo e azul, para quem tem sete anos, considerado formado; branco e verde, para quem tem oito anos, considerado monitor; branco e amarelo, para quem tem treze anos, considerado instrutor; branco e azul, para quem tem dezoito anos, considerado contramestre e; branco, para quem tem vinte e três anos, considerado mestre, grau máximo da capoeira.

Os principais golpes da Capoeira Regional são: ataque (martelo, armada, queixada, meia lua de compasso e bênção), defesa (palma, cocorinha e negativas), projeções (balão cinturado, balão de lado e gravata alta).

A música

Todos os grupos utilizam a música como elemento fundamental. É ela que comunica, dá o ritmo ás danças e, no caso da capoeira, à luta. São suas letras que descortinam as devoções dos capoeiristas. A capoeira é a única modalidade de luta que necessita de acompanhamento rítmico, musical e instrumental. Vários são os tipos de cantigas: ladainhas, quadras, chulas, corridos e martelos.

A ladainha é o canto no qual se inicia a roda da Capoeira Angola, onde o capoeirista, através de versos, pede proteção ao santo ou orixá de sua devoção. Caso o capoeirista esteja visitando outro grupo ela também pode ser usada como saudação ou cumprimento. O ritmo é lento e solene.

Agora aqui cheguei, (bis)
A todos eu vim louvar,
Vou louvar a Deus primeiro,
e os moradores deste lugar.

A todos eu estou cantando,
Cantando o meu louvor,
Vou louvando a Jesus Cristo,
O Deus pai que nos criou.

Deus abençoe essa cidade,
Com todos os seus moradores,
E na roda de capoeira,
Deus abençoe os jogadores, camaradinho.

Iêh! Viva meu Deus, (solista)
Iêh! Viva meu Deus camará. (coro)
(Mestre João Pequeno)

As quadras são cantigas de quatro versos, usadas para abrir as rodas da Capoeira Regional. Elas servem apenas para abrir e não para jogar. Seu ritmo é mais rápido do que o da ladainha.

Menino quem foi teu mestre? (bis)
Meu mestre foi Salomão.
Sou discípulo que aprendo,
Sou mestre que dá lição.

O mestre que me ensinou,
Tá no Engenho da Conceição.
A ele devo é o dinheiro,
Saúde e obrigação.

Segredo de São Cosme,
Quem sabe é São Damião, camará.
Água de beber, (solista)
Êe água de beber camará. (coro)
(Mestre Bimba)

As chulas são músicas cantadas em tom moderado onde o solista conta histórias de personagens da capoeira ou fatos históricos ocorridos em épocas passadas, seu ritmo é cadenciado e de longa duração.

Aconteceu, até hoje ainda me lembro,
Foi numa tarde de novembro.
Sofrendo durante meses,
Numa sexta feira treze,
Mestre Pastinha morreu.

Mas para ele, a morte foi alforria,
Que o livrou da agonia,
De tristeza e solidão.
Chorou menino, chorou fraco e chorou bruto,
Capoeira está de luto, pois perdeu seu guardião.

Adeus Pastinha, pra você rezo uma prece,
pois sei que você merece.
Vai com Deus descanse em paz!
Na capoeira, teve fama e teve glória,
Seu nome ficou na história,
Eu não te esquecerei jamais.

Viva Pastinha! (solista)
Iêh! Viva Pastinha camará! (coro)

Os corridos são pequenos versos repetidos em forma de coro como resposta dos brincantes ao solista. O ritmo é harmonioso e constante na Capoeira Angola e mais rápido na Capoeira Regional.

Ai, ai, ai, ai São Bento me chama. (solista)
Ai, ai, ai, ai, (coro)
São Bento me quer. (solista)
Ai, ai, ai, ai, (coro)
Pra jogar capoeira. (solista)
Ai, ai, ai, ai, (coro)
Lá na praça da Sé. (solista)

Os martelos são cantigas em forma de desafio e provocação de um capoeirista para outro. Os versos deverão terminar em rimas.

Se quiser saber meu nome, (bis)
Não precisa perguntar.
Sou filho da cobra verde,
Neto da cobra coral.
O meu bote é certeiro,
O meu veneno é mortal.
Cobra coral, cobra coral,
Cobra miudinha e o veneno é mortal.

Outras músicas cantadas pelos grupos de capoeira de Cachoeiro de Itapemirim:

Ê Dona Alice não me pega não,
Não me pegue, não me agarre, não me pegue não.
Ê Dona Alice não me pegue não, (coro)
Não me pegue, não me agarre, não me pegue não.
Ê Dona Alice não me pegue não.

Canarinho da Alemanha que matou meu curió,
Quem tem fé em Deus nunca cai em bozó.
Ê, canarinho da Alemanha que matou meu curió,
Eu jogo capoeira, mas Pastinha é o maior.
Ê, canarinho da Alemanha que matou meu curió,
O segredo da lua quem sabe é o clarão do sol.
Ê, canarinho da Alemanha que matou meu curió,
Eu jogo capoeira na Bahia e em Maceió.

Quando eu morrer me enterre na lapinha, (bis)
Calça, culote, paletó e almofadinha. (bis)
Adeus Bahia, zum, zum, zum, cordão de ouro,
Eu vou partir porque mataram seu Besouro.
Ê, zum, zum, zum, ê Besouro, (coro)
Ê, zum, zum, zum, cordão de ouro. (coro)

Xô, xô, meu canário,
Meu canário é cantador.
Xô, xô, meu canário,
Foi embora e me deixou. (coro)
Meu canário é da Alemanha, (coro)
Nego véio também apanha. (coro)

Vá dizer a meu senhor,
Que a manteiga derramou.
A manteiga não é minha,
A manteiga é de ioiô.
Vá dizer a meu senhor,
Que a manteiga derramou.

A canoa virou marinheiro,
E no fundo do mar tem dinheiro.
A canoa virou marinheiro, (coro)
E no fundo do mar tem dinheiro.

Na Capoeira Angola são usados oito instrumentos: três berimbaus com tonalidades diferentes, gunga (grave), médio e viola (agudo), dois pandeiros de couro com aro de madeira, um atabaque, um reco reco e um agogô.

Na Capoeira Regional são usados como instrumentos um atabaque, um berimbau médio e dois pandeiros de couro. Sendo que na linhagem do mestre Bimba o berimbau fica no meio e os padeiros nas laterais em formação conhecida como charanga. O uso da palma é obrigatório, são três batidas repetidas em sequência contínua.

Na Capoeira Angola, as cantigas começam com uma ladainha (só pode cantar uma ladainha por roda) e seguem para os cantos corridos. Não se usam as palmas, pois podem atrapalhar o andamento do ritmo. Já na Capoeira Regional, as cantigas começam com uma quadra e seguem para os cantos corridos, sendo obrigatório o uso das palmas.

A roda

A capoeira não possui passos de dança por tratar-se de uma luta. A manifestação acontece em uma grande roda onde dois integrantes se desafiam. Para entrar na roda os capoeiristas agacham-se próximo aos atabaques, em reverência aos mesmos, fazem o sinal da cruz, e, só depois, entram no meio da roda para lutar.

Os principais movimentos são: os de defesa, de ataque e os desequilibrantes, a principal diferença entre a Regional e a Angola é que a primeira é mais rápida e segunda mais lenta, com movimentos próximos ao solo.

A indumentária

Na Capoeira Angola a indumentária é calça preta e camisa amarela, seguindo a linhagem do mestre Pastinha (seu maior representante). Na linhagem de outros mestres, calça branca e a camisa azul, os pés sempre calçados, por ser originalmente praticada nas ruas. Já na Capoeira Regional a roupa é branca e joga-se descalço. Como as mulheres eram proibidas de usar calça elas só foram inseridas no folguedo a partir do trabalho do mestre Bimba.

Um elemento importante da indumentária é a corda que marca a graduação dos praticantes. Outro aspecto importante é a impressão da logomarca, nas camisas e nas calças, com o nome do grupo que o lutador faz parte. Essas logomarcas costumam ter o nome ou apelido dos mestres do grupo.

O Batizado

Como em todos os folguedos, a festa, chamada de batizado, é um dos principais momentos de confraternização da capoeira quando todos os alunos do grupo encontram-se para a troca de cordas. É comum participarem do evento mestres de outros grupos que são convidados e recebidos com grande honraria e respeito. Normalmente o evento dura um dia inteiro e acontece em locais cobertos como quadras e ginásios de esportes.

O mestre

O respeito pelos mais velhos e experientes juntamente com a rígida disciplina são os maiores ensinamentos da capoeira. É o mestre quem dá a última palavra. Somente ele está autorizado a permitir a troca da corda dos alunos.

De todos os grupos de patrimônio imaterial do município de Cachoeiro de Itapemirim, esse é o que tem o mais rígido e organizado sistema de transmissão de conhecimentos. Para receber o título de mestre o capoeirista deve ter no mínimo trinta anos de prática comprovada de capoeira.

As informações aqui transcritas nos foram passadas pelos mestres Aldeci Gomes da Silva – Falcão, do Grupo de Capoeira Agogô de N’zambi, Paulo Henrique Silva Monteiro – Paulinho, Volmir do Nascimento Mello (falecido) e Airton da Silva Paulo da Associação Cultural e Educacional Filhos da Princesa do Sul, pelos mestrandos Jurandir Pinheiro Junior – Russão, da Associação de Cultura esporte Libertação e Diogo Sant’Ana Fardin – Bulldog, da Associação Cultural Mocambos Capoeira e pelo instrutor Joadir de Oliveira – Nego Show Associação de Cultura e Esporte Libertação.

Lista dos grupos de Capoeira

  • Grupo de Capoeira Filhos da Princesa do Sul
  • Grupo de Capoeira Navio Negreiro
  • Grupo de Capoeira “A Capoeira”
  • Grupo de Capoeira Mocambos
  • Grupo de Capoeira Libertação
  • Grupo de Capoeira Agogô de N’zambi

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