Samba de Roda

A origem do Samba de Roda

Foi um dos grandes responsáveis por camuflar a capoeiragem no período colonial e imperial. Quando os senhores e feitores se aproximavam das rodas de capoeira as mulheres, para disfarçar a luta, tomavam frente e começavam a sambar no ritmo do lundum, ritmo africano considerado o ancestral do samba. “Não seu feitor, isso não é briga, é dança de nego nagô”.

Ê samba no mulé,
Ô mulé, mulé bicho danado,
Tá nas água falada,
Marido não tem em casa,
Mulé dá pra brigá.
(Mestre Falcão)

 

O lundum chegou ao Brasil nos porões dos navios negreiros e dele derivou-se a diversidade de folguedos dançantes como maracatu, jongo, caxambu, tambor de crioula, umbigada, congo, samba de roda, dentre outros.

O samba de roda é uma mistura da tradição negra com a europeia, principalmente portuguesa e espanhola, sendo que no sul do Espírito Santo chegou junto com a capoeiragem, pelos portos e pela linha férrea.

A tradição difundida pelos mestres estabelece que as rodas de capoeira terminem em samba de roda para amenizar alguns mal entendidos acontecidos durante o jogo.

 

A música

O ritmo do samba de roda era executado apenas com palmas e atabaques. Hoje, além dos atabaques, também são usados pandeiro, berimbau, agogô e xequerê.

Samba lelê, tá doente,
Tá com a cabeça quebrada,
Samba lelê, precisava,
É de umas boas palmadas,
Samba, samba, samba ô lelê,
Quebra, quebra, quebra, ô lalá
Desce, desce, desce, ô lelê.

 

Outra modalidade do samba de roda é o samba duro, só os homens dançam no ritmo do batuque. Originalmente eram usados apenas os pandeiros e as cantigas eram feitas em forma de versos improvisados desafiando o adversário, o que mais tarde veio a se chamar “cantiga de martelo” ou “cantar martelo”.

Ô lê, lê, lê, lê, ô lê, lá, lá, lá, (bis)
Ô Você não me pega e nem eu te pego,
Você só me pega quando eu te pegar,

 

A dança

Trata-se de uma dança de roda, dançada sempre em pares. A roda é comandada por um mestre com um chapéu estilo Panamá. Outro chapéu é revezado entre os brincantes. Ao centro da roda somente pode entrar um casal por vez. Assim que o casal sai, outro toma seu lugar.

Quando participam somente homens – samba duro – ao receber o chapéu, o brincante entra na roda sambando, após algum tempo passa seu chapéu para outro brincante até que todos participem da roda.

 

A indumentária

Somente o mestre usava chapéu, terno de linho branco e sapato, os demais brincantes, brincavam sem camisa e descalço. Atualmente os homens usam calça branca e camisa listrada, que pode ser branca e preta ou branca e vermelha. Essas cores identificam-se com a malandragem carioca, já o chapéu é uma característica europeia.

Mulheres usavam saia longa rodada e turbantes na cabeça, que era a roupa do dia a dia das negras, hoje, usam saia longa rodada, top e tiara no cabelo.

 

A festa

Não existe uma data específica para a realização de uma festa para o samba de roda, em Cachoeiro, as rodas tradicionais terminam com samba de roda.

 

O mestre

Não existe entre os praticantes do samba de roda a denominação de mestre. O que acontece é que como ele é praticado ao final das rodas de capoeira, dessa forma acaba sendo comandado pelo mestre do grupo.

As informações sobre os folguedos aqui transcritas nos foram passadas pelos mestres Aldeci Gomes da Silva – Falcão, do Grupo de Capoeira Agogô de N’zambi, e pelo instrutor Joadir de Oliveira – Nego Show Associação de Cultura e Esporte Libertação.

 

Lista dos grupos de Samba de Roda

  • Grupo de Capoeira Agogô de N’zambi

 

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