Boi Pintadinho Tsunami do Boa Vista
A criação do grupo de Boi Pintadinho do bairro Boa Vista se deu durante o ano de 2015, quando o prefeito da cidade decretou que naquele ano não haveria carnaval em Cachoeiro. Diante da impossibilidade de as pessoas irem para outra cidade para “curtirem” o carnaval e aproveitando o fato de que o grupo de amigos que se reuniam em torno da Quadrilha Tsunami do Boa Vista já estava organizado, resolveram reproduzir no bairro a brincadeira do boi. Desse período em diante, em todas as sextas-feiras de carnaval o Boi Tsunami sai pelas ruas do Bairro Boa Vista, fazendo a brincadeira. Mais tarde, os filhos dos integrantes do boi criariam o Boi Tsunami Mirim, para também poderem participar da brincadeira. O Boi Mirim é carregado por Lorran Miguel Ramos e Lucas Mamed.
O grupo é composto pelo boi, que normalmente é carregado por José Luiz Cândido, Emerson da Costa Silva e Kayo Dalvi Costa, os quais vão revezando-se durante a brincadeira; pelo boiadeiro (dono do boi), que é quem controla as investidas do boi; e pela bateria, que atualmente conta com 18 integrantes, que são comandados pelo mestre de baterias Flávio Ramos.
Em Cachoeiro, como é característica em vários municípios da região sul do Espírito Santo – em especial, Muqui –, o folguedo Boi Pintadinho se resume a uma simples brincadeira de carnaval, não contando a história tradicional dos bois nordestinos, por exemplo. Na cidade, até a década de 1980 ainda existia a brincadeira do Boi Pintadinho e das Mulinhas no carnaval da cidade, especialmente na região da estação ferroviária. Mas, com o passar dos anos e a morte dos velhos mestres, os grupos foram se desarticulando, até desaparecerem. Também existem relatos da brincadeira de carnaval no Quilombo Monte Alegre e na comunidade de Vargem Alegre.
Texto produzido a partir de entrevista concedida por Zenith da Silva Amaral, Aloisio Furtado Amaral Junior e Emerson da Costa Silva a Genildo Coelho Hautequestt Filho, em novembro de 2023.