Sandra Mara de Oliveira Francisco

Data de nascimento: 03/11/1983

Filha de Terezinha de Jesus de Oliveira Francisco e de Jovaldino Francisco, atualmente ocupa a função de mãe pequena no Centro Espírita São Jorge, no bairro Zumbi, em Cachoeiro de Itapemirim. Como mãe pequena e ajuda nos trabalhos espirituais, substitui a mãe de santo da casa em sua ausência, mas também cuida das finanças, da agenda do grupo e da organização das festividades.

Iniciou-se na religião no ventre de sua mãe e, ainda criança, conheceu o bate flechas, passando a atuar como flecheira em outros terreiros, uma vez que o terreiro de sua mãe não tinha grupo próprio. Apenas em 2008, quando o grupo de sua casa foi criado, é que passou a atuar exclusivamente nele. “O bate flechas, para mim, é uma forma da gente louvar Oxóssi e os caboclos, de louvar os orixás, que são os donos das matas. Mantenho essa tradição porque ela é uma tradição de nossa religião. Nela eu busco as forças espirituais para minha vida”, destaca Chuchu, como Sandra é mais conhecida.

Atualmente seu grupo é comandado pela mestra Terezinha de Jesus de Oliveira Francisco, sua mãe, e compõe-se de 16 pessoas, que são acompanhadas por uma banda – formada por 2 taróis e 1 bumbo.

Para ela, o mais importante de sua vida é ser médium. Essa missão lhe foi dada diretamente por Oxalá. Ela não escolheu essa função; foi escolhida pela espiritualidade, como diz o ponto:

“Quem tem santo não trabalha,

Quem não tem, quer trabalhar.”

Essa missão que lhe foi dada é de muita responsabilidade e, por isso, tem que “carregar essa cruz” porque ela é sua, apesar de ser muito pesada. Ela não entende o porquê foi escolhida, mas sabe que mais na frente talvez consiga entender isso.

No início, seus guias começaram a chegar nos lugares mais inusitados, como em casa, no bailão e até em igreja evangélica, já que ela não tinha controle sobre eles. Com o tempo, começaram a ser “doutrinados” e ela passou a ter maior controle sobre isso. O processo de doutrinação significa que, quando os mensageiros vão chegando, o médium chefe da casa vai instruindo-os, para que eles não prejudiquem seus “aparelhos” (o médium que o recebe).

Texto produzido a partir de entrevista concedida por Sandra Mara de Oliveira Francisco a Genildo Coelho Hautequestt Filho, em fevereiro de 2023.