A Associação de Salvaguarda do Patrimônio Imaterial Cachoeirense desde sua criação desenvolve projetos pontuais e programas contínuos de apoio aos grupos de patrimônio imaterial do município de Cachoeiro de Itapemirim, mas que tem alcance em todo o território do Espírito Santo, em especial no sul do estado.
O programa foi a primeira ação efetiva da Associação de Folclore – atual Associação de Salvaguarda do Patrimônio Imaterial Cachoeirense –, ainda no ano de 2002, que lutou pela aprovação da Lei número 5.388, de 17 de dezembro de 2002, que institui o Registro do Patrimônio Vivo de Cachoeiro de Itapemirim, atualmente conhecida como “Lei João Inácio”. É fundamental destacar a atuação do Secretário Municipal de Cultura da época Álvaro Scalabrin e do prefeito Theodorico de Assis Ferraço para a aprovação dessa lei. Apesar de todos os esforços da Associação, apenas no ano de 2011, na gestão do prefeito Carlos Roberto Casteglione Dias, é que a lei começou a funcionar efetivamente, e, entre os anos de 2011 e 2015, dezoito mestres foram reconhecidos como “Patrimônio Vivo de Cachoeiro de Itapemirim” , e a eles foram repassados R$ 144.000,00 (cento e quarenta e quatro mil reais). Como contrapartida, os mestres realizaram Oficinas de Transmissão de Saberes em suas comunidades, sendo que as primeiras oficinas tiveram a mediação da contadora de histórias Maria Elvira Tavares Costa. Como forma de ampliar esse processo, as Oficinas de Transmissão de Saberes receberam aporte financeiro no valor de R$ 55.000,00 (cinquenta e cinco mil reais) provenientes da Lei Rubem Braga e de editais da Secult, que beneficiaram as folias de reis, os caxambus e as capoeiras. Uma das maiores conquistas da Associação foi a criação, no ano de 2011, do Centro Cultural Mestre Salatiel, que serviu como sede do Ponto de Cultura da Capoeira do Grupo de Capoeira Filhos da Princesa do Sul, que recebeu o valor de R$ 180.000,00 (cento e oitenta mil reais) para desenvolver ações de salvaguarda da capoeira e do maculelê. O projeto recebeu recursos da Secretaria de Estado da Cultura – Secult e do Ministério da Cultura. Também como parte desse processo, de 2009 a 2014 treze mestres receberam o reconhecimento estadual através do Prêmio Mestre Armojo, concedido pela Secretaria de Estado da Cultura – Secult. Desses, três receberam, no ano de 2009, o prêmio Mestra Dona Isabel, concedido pelo Ministério da Cultura. Os mestres receberam R$ 10.000,00 (dez mil reais) por prêmio, totalizando R$ 160.000,00 (cento e sessenta mil reais).
Criado no ano de 2008, o Programa de Registro e Difusão do Patrimônio Imaterial Cachoeirense tem como objetivo difundir os saberes e fazeres dos grupos de patrimônio Imaterial de Cachoeiro de Itapemirim para além das comunidades em que eles estão inseridos, garantindo não somente a perpetuação e a difusão desses conhecimentos, mas, principalmente, a melhoria da autoestima de seus detentores, bem como a redução do preconceito em relação a esses grupos. Para atingir esses objetivos, foram promovidas exposições e realizadas viagens – inclusive internacionais –, além da produção de nove documentários, da criação de um canal do YouTube, do lançamento de dois CDs de músicas tradicionais e da produção de dez livros, sendo quatro deles para o público infanto-juvenil. No total, foram captados R$ 496.146,28 (quatrocentos e noventa e seis mil cento e quarenta e seis reais e vinte e oito centavos) , beneficiando 23 grupos associados. Além dos mestres e dos grupos envolvidos, os projetos tiveram o apoio técnico de Dário Eustáquio Dias, Diego Scarparo Barbieri, Genildo Coelho Hautequestt Filho, Isabel Cristina de Almeida Bastos, Luan Faitanin Volpato, Maria Elvira Tavares Costa, Renilson Chagas, Rosângela Venturi Barros, Rozinês Machado Lima e Waguinos Pirovani Merenciano. O aporte financeiro partiu de diversos parceiros, como: Ministério da Cultura, Prefeitura Municipal de Cachoeiro de Itapemirim, Secretaria de Estado da Cultura – Secult, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE-ES.
A partir do ano de 2009, a Associação de Salvaguarda passou a atuar na elaboração de projetos e captação de recursos para a realização de eventos folclóricos dos grupos associados. Até o ano de 2015, foram captados R$ 318.494,50 (trezentos e dezoito mil reais quatrocentos e noventa e quatro reais e cinquenta centavos) , que beneficiaram eventos de 24 grupos associados.
No ano de 2009, foi criado o Programa de Aquisição de Instrumentos e Indumentárias, que tem como objetivo principal dotar os grupos associados de condições básicas para sua manutenção, seja através da aquisição direta de roupas e instrumentos musicais, seja viabilizando apresentações culturais remuneradas, garantindo a sustentabilidade desses grupos. Até o ano de 2015, foram captados R$ 139.925,10 (cento e trinta e nove mil novecentos e vinte e cinco reais e dez centavos) para aquisição de instrumentos musicais e indumentárias, beneficiando 16 grupos associados, e R$ 10.200,00 (dez mil e duzentos reais) para apresentações culturais remuneradas, beneficiando 9 grupos associados.
O projeto Leitura no Embornal, que foi criado com o objetivo de fomentar a leitura nas comunidades tradicionais cachoeirenses, teve como base a criação de 3 bibliotecas comunitárias: Zumbi, Vargem Alegre e Monte Alegre. Inicialmente, contou com o apoio da Biblioteca Municipal Major Walter dos Santos Paiva (Casa dos Braga) , e posteriormente ganhou o apoio da Biblioteca Pública Estadual e da Biblioteca Nacional. Com a inauguração das bibliotecas, em 2011, diversos projetos começaram a ser desenvolvidos nelas, tendo como destaque o projeto Leitura no Embornal. Esse projeto, que foi criado pela contadora de histórias Maria Elvira Tavares Costa e teve início na Escola Estadual Maria Angélica, em Alto Eucalipto, se expandiu para Monte Alegre e Vargem Alegre, onde funcionou em parceria com a EMEB São Vicente até o ano de 2014. Inicialmente foram investidos R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para a montagem das bibliotecas e, posteriormente, captados R$ 36.179,60 (trinta e seis mil cento e setenta e nove reais e sessenta centavos) para a manutenção da programação cultural durante três anos. Em Vargem Alegre, o projeto contou com o apoio financeiro da Prefeitura Municipal de Cachoeiro – através da Lei Rubem Braga –, da Secretaria de Estado da Cultura – Secult – através do edital de Diversidade de 2012 – e do Instituto Newton Braga. Além disso, o projeto contou com o apoio da empresa Foz do Brasil, atual BRK, da Agência Santana Jornais e Revistas, da contadora de histórias Maria Elvira Tavares Costa e do professor Anicelso Romaneli. Como parte desse projeto, foram confeccionadas três Malas de Leitura, que circularam por várias instituições do município.
No ano de 2012, com o objetivo de ampliar as ações da Associação de Salvaguarda, foi criado o Ponto de Cultura do Folclore de Cachoeiro de Itapemirim, o qual contou com uma estrutura diferente dos demais pontos de cultura do estado, uma vez que nossas ações foram descentralizadas, atendendo a várias comunidades do município, principalmente com oficinas de transmissão de saberes, que contam com mestres portadores do patrimônio imaterial cachoeirense. De 1012 a 2016 foram realizadas diversas oficinas de Bate Flechas de São Sebastião, Charola de São Sebastião, Folia de Reis, Caxambu, Capoeira e Maculelê, além de oficinas de artesanato. As ações do Ponto de Cultura beneficiaram diretamente 10 grupos e, indiretamente, 12 grupos associados. Os recursos do Ponto de Cultura, no valor de R$ 180.000,00 (cento e oitenta mil reais) , foram provenientes de convênio com a Secretaria de Estado da Cultura e o Ministério da Cultura.
O projeto Meninas Bordadeiras de Monte Alegre, inspirado nas Meninas Bordadeiras de Burarama, contou com o investimento social da Samarco Mineração no valor de 50.000,00 (cinquenta mil reais) e teve como objetivo a produção de artesanato cultural na Comunidade Quilombola de Monte Alegre. O projeto teve início no ano de 2012 e beneficiou 40 mulheres, meninas e crianças da comunidade, que passaram a ter mais uma fonte de renda, principalmente com a produção de camisas, bolsas e panos de prato, que são comercializados na própria comunidade. Indiretamente, o projeto apoiou o grupo das Meninas Bordadeiras de Burarama, que reúne aproximadamente 40 crianças e adolescentes da comunidade.
O projeto foi implantado no ano de 2012, com o objetivo de fomentar a criação de um núcleo de produção de artesanato cerâmico que usasse as referências culturais da comunidade para propiciar a geração de renda para mulheres do bairro Zumbi. O projeto beneficiou 15 mulheres e adolescentes, e contou com o apoio da Artesã Gracinha Sabadini. Foram investidos R$ 15.000,00 (quinze mil reais) , provenientes da Lei Municipal Rubem Braga.
A Associação de Salvaguarda do Patrimônio Imaterial Cachoeirense não trabalha apenas com projetos no município de Cacheiro de Itapemirim. Muitos de nossos projetos têm abrangência regional ou estadual. Aqui você pode conhecer alguns de nossos projetos desenvolvidos em diversos municípios capixabas.